sábado, 27 de agosto de 2011

DIVAGAÇÕES DE UMA NOITE SILENCIOSA...

As estrelas são o esplendor da noite,
mas quando chega a manhã,
ninguém se lembra
de que elas estiveram lá.
Se também sou o esplendor do Universo,
devo, então, propagar uma reflexivização,
para não deixar o vazio
inundar meu âmago de poeira cósmica.
Que os astros do meu coração sejam reflexivos
em todos os infinitos espaços do meu dia-a-dia.
E, no momento da incineração do meu espectro,
a persuasão íntima afirmará a perpétua sombra
de minha tenuíssima partícula.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ABENÇOADOS SEJAM OS IPÊS...

Sempre olhei os ipês de forma desconfiada.
Ainda menino, incrédulo,
eu sorria sem entender o enigma por trás dos ipês floridos.
Estava certo de que traziam mensagens...
E tinha convicção de que os entenderia com a maturidade.
Conjecturas formavam-se conforme os anos corriam
E sulcos rasgavam minha testa,
cada vez que encontrava uma afirmativa para tantas cores
a bordar os caminhos da minha vida.
Brancos pacificamente em luto,
Amarelos ardendo em rubras febres de fervor,
Roxos misteriosos em transmutações mentais cíclicas,
Rosas em ternura de perdão inocente.
E todas as persuasões correram nas águas pluviais
de  cada estação da minha  vida.
A incerteza da conotação dos ipês, hoje, me impulsiona
no agradecimento de poder vê-los
bordando os caminhos por onde passo.
Qualquer que seja a indumentária apoteótica dos ipês,
ainda os trarei nas alegrias do cotidiano.
Percebê-los, mesmo sem compreendê-los
é uma das fatias da grande festa que o Universo prepara
para minha existência feliz e agradecida.
Abençoados sejam os incompreendidos ipês,
que traduzem o meu eu-lírico tão plural.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

HISTÓRICO (Continuação):

Êta, que hoje é dia de postagens...rsrsrs..

 
Acabaram de me perguntar, por telefone,
por que não falei sobre o  Programa Ponto de Magia no meu histórico.
Para falar a verdade, acabei me esquecendo de mencioná-lo,
assim como  deixei de comentar outras coisas...rsrsrs...
Bem, satisfazendo a curiosidade de minha amiga,
que não deseja ser identificada, vamos às respostas:


Primeira Resposta:

- Sim, eu escrevia para uma coluna do Jornal O GLOBO, entre os anos de 1987 e 1989.
Eram artigos educacionais, onde eu discorria sobre os problemas da Educação Universitária.

Segunda Resposta:

- O Programa Ponto de Magia ia ao ar às 22h das sextas-feiras, pela Rádio Horizonte (107,7 - FM), Rio de Janeiro.
Nele, eu falava sobre a bela cultura da etnia cigana, culinária, danças, folclores, histórico etc.
Era bem interessante, pois os ouvintes ligavam, cheios de dúvidas, porque aprendiam 'ciganismos' e apresentavam uma visão deturpada sobre a cultura desse povo tão maravilhoso.
Muitos eram ludibriados por especuladores inescrupulosos, que usavam seus 'ciganismos' para exploração da fé alheia.
Consegui, naquele tempo, dirimir dúvidas sobre a religiosidade que se aplicava em qualquer termo cigano.
Agradeço ao grande amigo PAULO SETT, maravilhoso radialista, que me incentivou a caminhar nessas veredas de Ondas Sonoras e também ao Sr. Severino, dono da Rário Horizonte.
Através desse trabalho, e pelo sucesso do programa,  inúmeras vezes fui convidado a participar de debates em rádios cariocas, como Tropical Solimões, Digital-Rio e outras, onde também conheci radialistas maravilhosos, que acabaram se tornando amigos, como Toninho Araújo e Moysés Tristão.
Foi mais uma época feliz e produtiva da minha vida, concedida pelo grandioso Criador, auxiliando-me a configurar minha história neste planeta.

Terceira Resposta:

- Se pretendo retornar às rádios ? Bem, qualquer forma de arte me satisfaz e, se percebo que posso contribuir para a evolução e felicidade de alguém, por que não ?!
Parafraseando Richard Bach, ensino melhor o que mais necessito aprender...rsrsrs...

Mas não corro atrás, não. Deixo que o Universo se encarregue de locomover meu barquinho para qualquer praia. Farei o meu melhor, em qualquer cais que aportar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HISTÓRICO:

Meus amigos sempre me solicitam o histórico da minha pseudo-carreira artística.
Pois então, aí vai...rsrsrs...
Deu certo para mim, para os amigos que me prestigiam em shows,
para os amigos que admiram meu canto e compram meus cds.
A todos, muito obrigado.
A D'us, muitíssimo obrigado por me proporcionar tanto nas Artes
e na carreira do Magistério, onde me realizo como ser humano pleno.

1977 – Casa de Espetáculos ARTE MAIOR,
            no Rio de Janeiro,
            ao lado do conjunto Sirena  Noturna.
1979 – Casa de Espetáculos ARTE MAIOR,
            no Rio de Janeiro,
            ao lado Marco Lira e Adriana Chaves.
1980 -  Lançamento do LP ROSA NERA,
                               com sucessos italianos.
1983 -  Protagoniza o Musical Jangada dos Pescadores,
             pela extinta REDE MANCHETE de TV.
1984 -   Comerciais de TV.
1985 -   Comerciais de TV.
1986 -  Lançamento do compacto simples WILL,
             interpretando os sucessos Chiquitita e Soleado, em Espanhol.
1988 -  Casa de Espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro,
             ao lado de Spanky MacFarlane.
1989 -  Casa de Espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro,
             Convidado por John Phillips, para participação
             junto à nova formação do lendário grupo pop
             THE MAMA’S AND THE PAPA’S.
1989 -   Lançamento do compacto duplo Will,
             Interpretando os sucessos: Hold On, Take my Heart,
             Edelweiss e We Can Make it Happen Again.
2003 -  Retorno aos palcos do Rio de Janeiro,
             participando do grupo BANDO DO GALO DOIDO,
             ao lado de Toninho di Lita, Inajara de Tanduí, Elísio Paschoal,
             Teresa Carvalho e outros, no Teatro Elza Osborne.
2004 -   Teatro Elza Osborne, com o show MANGAGEIRA,
              participando do grupo BANDO DO GALO DOIDO.
2005 -   Teatro Moacyr Sreder Bastos, participando da gravação do dvd
              CARAS DO BRASIL, com o Grupo Avelloz.
2006 -  Evento Mundial Simultâneo NOITE BRANCA DA PAZ,
             participando do GRUPO AVELLOZ e do grupo BANDO DO GALO DOIDO,
             no Teatro Ginástico, Rio de Janeiro.
2007 -  Apresentações em Clubes Cariocas e Casas de Espetáculos
            e Hotéis da Região Serrana do Rio, ao lado de Teresa Carvalho.
2008 -  Apresentações em Clubes e Casas de Espetáculos na Região dos Lagos,
             no Rio de Janeiro, ao lado de Teresa Carvalho.
2008 -   Co-Produtor do Musical Infantil SE VOCÊ QUISER,
              O MUNDO SERÁ PIPOCA,
              de Núbia Moreira, no Teatro Elza Osborne, Rio de Janeiro.
              Direção do ator Fabio Massimo.
2009 -  Apresentação na Casa de Espetáculos NIÑO DE ARTES, na Lapa,
             Rio de Janeiro, ao lado e Maria Zenaide, Moraes do Acordeom,
             Francisco Chagas e Jorge Som.
2009 -   Co-Produtor do Musical Infantil SE VOCÊ QUISER,
             O MUNDO SERÁ PIPOCA,
              de Núbia Moreira, no Teatro Moacyr Bastos, Rio de Janeiro.
              Direção do ator Fabio Massimo.
2010 -  Lançamento do cd WATERS OF BABYLON, pela SomPaulo Studios,
             com a participação de Fabio Cortez, Teresa Carvalho,
             Paulo Magalhães, Marcos Machado 
             e Luiz Magalhães.
2010 -   Co-Produtor do Musical Infantil SE VOCÊ QUISER,
             O MUNDO SERÁ PIPOCA,
              de Núbia Moreira, no Teatro Arthur Azevedo, Rio de Janeiro.
              Direção da atriz Cimara Mattos .
2011 -  Lançamento do cd BENEATH THE MOON, pela SomPaulo Studios,
             com a participação de Teresa Carvalho, Paulo Magalhães,
            The 3R's, Didah Santos e The Flyin' Legs.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

BOLINHAS, CORES E LUZES...

Quando nos entendemos por gente,
uma das primeiras lembranças que permanece até o fim de nossa existência
são as bolinhas que ganhamos.
A bola é realmente algo fascinante, pois estimula o dinamismo,
além do espírito competitivo, já que precisamos correr para pegá-la.
O ‘dono’ da bola é o que está com ela no momento,
ainda que seja apenas para uma pose de uma foto, que um dia deixará de ser...


Outra lembrança permanente são as cores,
que determinam, no mundo de descobertas infantis,
a importância das coisas.
No mundo ocidental, é comum perceber a tia do Jardim da Infância,
numa pseudo-psicologia respeitada, concluir (categoricamente)
que a criança que desenhou uma piscina
e depois pintou de vermelho ou preto o seu desenho,
demonstra medo, pavor, proibição de tal objeto...
Como se as cores tivessem apenas uma conotação
(determinada pelo homem, diga-se de passagem).

E nesse mundo de pedagogias sobre os elementos da existência,
acabamos esquecendo que as cores desbotam e um dia deixam de ser...

E, por fim, vem à luz a lembrança das luzes das lâmpadas ...rsrsrs...
Brilham mais do que qualquer luz natural, na percepção infantil,
e são enigmáticas, pois que sua origem nasce e morre através de um único clic na insignificante parede de um cômodo.
São contraditórias as luzes,
pois alimentam a segurança da claridade
e o pavor medonho do que não mais enxergamos,
fazendo-nos criar inúmeros fantasmas,
tão incrustados em nossa lembranças genéticas.
E, com o tempo, as luzes todas se embaçam com a idade.
Deixam de ter importância no mundo corrido e, na velhice, ficam fracas até o momento que não as veremos mais. E todas as luzes também se apagam...
São caminhos naturais,
a descoberta da importância necessária desses elementos que tanto embelezam a vida.
Entretanto,    a dor que me impulsiona nesta escrita é perceber que, aos poucos,  fui privado desses elementos tão essenciais ao deleite humano.
O drástico progresso arrebatou de meus sentidos as bolinhas das joaninhas,
as cores das borboletas,
as luzes dos pirilampos...
Onde estão meus amados e necessários insetos, que tanto equilibravam a natureza e meu coração de menino descobridor...
Hoje, diante de asfalto e concreto, não posso ensinar meus netos o prazer de ver e tocar  cada uma dessas adoráveis criaturas.
Apenas através do progresso tecnológico posso mostrar-lhes gélidas fotografias,
com cores vivas de programas computadorizados, tão falsamente consideradas bonitas.
E, no passado presente, caminham as bolinhas, cores e luzes a um futuro tão sem sabor...
Desesperançoso, fico a olhar da vidraça o róseo pôr-do-sol.
Uma nesga de felicidade se confirma em meu peito.
Uma saudosa cigarra se mistura com o gorjear dos pardais, que insistem em louvar o Criador por mais um grande espetáculo que ainda não me foi roubado.