quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CAMPO GRANDE SECADO.



Nos finais dos anos oitentas, conversando com uma amada amiga,
Maria Cristina Bastos de Lima,
 percebi quão saudosa se encontrava no momento em que falávamos sobre Campo Grande, bairro suburbano do Rio de Janeiro.
Tão melancólica estava, que acabou sendo inspirada a escrever um belo poema sobre o lugar onde residimos.

Recentemente fui a Jacarepaguá, outro bairro carioca,  e, como numa máquina do tempo,
lembrei-me de Campo Grande,
numa retrospectiva de quarenta anos até os dias atuais.
Senti o mesmo que a minha amiga sentiu naquele dia...
Saudade, melancolia, e, acima de tudo, desesperança...

As ruas de Jacarepaguá, principalmente, na Taquara, são tão arborizadas,
que o ar é cheiroso, apesar do trânsito intenso,
com canos de descarga poluindo o ambiente.

Campo Grande quase não tem mais  árvores, no centro de sua estrutura de vida.
Por causa do progresso, arrancaram, impiedosamente,
as árvores, restando apenas asfalto e calçadas.
E, consequentemente, um bairro com temperaturas mais elevadas.

Na antiga ‘alameda’ da Estrada das Capoeiras, hoje, contamos nos dedos as árvores que ainda resistem.

Os bambuzais da Estrada da Cachamorra foram-se, num vento de memórias.
Os ipês de cores variadas, da Estrada da Posse e da Estrada do Mendanha,  partiram, numa tela desbotada pelo tempo.

A paisagem é cinza  e torridamente gelada.

Lembrei-me das palmeiras imperiais, principalmente, as que ornamentavam a praça da Igreja Nossa Senhora do Desterro... Hoje, só nas lembranças...

Ao passar na Avenida Cesário de Melo e me deparar com o antigo chafariz, hoje seco,
hoje secado pelo descaso do Poder Público,
meus olhos marejaram.

Quisera que uma única lágrima preenchesse novamente de água, de verde, de vida
e de felicidade meu amado Campo Grande.
Quisera que, ao menos, uma lágrima comovesse um desses ‘poderosos’, que,
apesar de estarem em cadeiras de responsabilidade política,
permanecem com o propósito vergonhoso de enriquecimento ilícito,
prevaricando o que conquistaram pela inocência de outrem.


Mas nessa seca toda, meu coração se faz em terra rachada e ressequida.
E como o retirante, agradeço a D-us, por poder, ao menos,
ainda ver o monumento do chafariz na praça.

Entretanto, rapidamente, seco minha lágrimas,
antes que percebam o valor de determinadas coisas do povo
e as subtraiam também,
fazendo-nos encontrar nossos humildes monumentos nas fotos de revistas,
que, impiedosamente, divulgam as mansões dos ‘bacanas’, como é tão comum.

E assim, seguimos secados como Campo Grande, extenuados num vale que já foi mais verde e úmido, tal qual nossas aspirações.

                                                                            (foto: UILTON SOARES DE MELLO, 1980)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

TELA LUAR, na Bienal de São Paulo, em 2010.

Minha tela LUAR esteve presente no livro CRISTAL DE TALENTOS, de Adaljiza Cuan, na Bienal de São Paulo, em 2010.
Divido com os amigos um pouco do que amo.


Quão bom seria se todos pudessem descobrir talentos em cada forma de Arte, principalmente, nos momentos em que pensamos que nada podemos. As formas de Arte libertam o espírito e vivificam a alma.
Sou grato a D-us por estar aprendendo, ainda que muito tarde, a descobrir novos talentos em mim.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

MEU SIGNO.

"A ti Escorpião, darei uma tarefa muito difícil. Terás a habilidade de conhecer a mente dos homens, mas não te darei a permissão de falar sobre o que aprenderes. Muitas vezes te sentirás ferido por aquilo que vês, e em tua dor te voltarás contra mim, esquecendo que não sou Eu, mas a perversão da Minha ideia que te faz sofrer. Verás tanto e tanto do ser humano, que chegarás a conhecer o homem enquanto animal, e lutarás tanto com os instintos animais em ti mesmo, que perderás o teu caminho, mas quando finalmente voltares a Mim, Scórpio, terei para ti o dom supremo da finalidade".

E é isso mesmo. O texto define bem uma parte do meu signo, que pode ser expressa.
(O resto... é mistério!)
Para homenageá-lo, segue um Hai Kai, intitulado  ...rsrsrsrs...






Esguio e sombrio.
Natureza solitária.
No limbo me crio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

NA ONDA DOS HAI KAIs

Na postagem anterior, expliquei o que é um hai kai.
Compartilho com os amigos mais um desses poeminhas, tão meus, mas que podem ser de alguém também.


NOITE VAZIA


domingo, 14 de agosto de 2011

HAI KAI

"Haikai (em japonês: 俳句 Haiku ou Haicai?) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas poéticas), e sete caracteres na segunda linha (sete sílabas poéticas)".

Despretensiosamente, exponho alguns hai kais de minha autoria. São Arte para mim, pois são verdades minhas. Se também se tornar verdade de outrem, ainda que por instantes, ficarei feliz e realizado.

                               MANHÃ